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COVID – 19 UPDATE 6 COISAS QUE PRECISA SABER SOBRE AS VARIANTES SARS – CoV- 2

6 COISAS QUE PRECISA SABER SOBRE AS VARIANTES SARS – CoV- 2

Os vírus evoluem!

O novo coronavirus SARS CoV – 2, por ser um vírus RNA, apresenta taxas de mutação muito altas. Mas, o que significa a mutação de um virus?

A mutação significa que, existe alteração na sequência genética do vírus, e ocorre quando ele se copia, a partir do seu próprio material genético, dentro da célula do hospedeiro. Quando há erros nas cópias, que se vão repetindo ao longo do tempo, nasce uma variante (ou estirpe) de vírus que pode apresentar-se  numa melhor versão, portanto, mais forte.

As mutações não são, portanto,  uma novidade para epidemiologistas e virulogistas.

Não quer dizer que, não existam preocupações associadas, como em relação à transmissão da doença e do seu grau de letalidade.

As variantes que se conhecem hoje, e que mais precupam os cientistas, apresentam na sua maioria, 2 mutações:  E484k e N501Y

Entenda de seguida, o momento da pandemia no mundo e em África. Saiba porque ainda não podemos baixar os braços no que toca à prevenção. Lembre – se, UMA MÁSCARA SALVA VIDAS. Saiba mais sobre a protecção da máscara no nosso anterior artigo.

Verifique as 6 coisas que precisa saber sobre as variantes de SARS – CoV- 2

1 – Que variantes de SARS – CoV- 2, foram dadas a conhecer?

Até à data deste artigo:

  • 501Y.V2 – Descoberta pelo Professor Tulio Oliveira, (Director do Laboratório da Universidade de Medicina Nelson Mandela, Durban, Africa do Sul), mutação E484K
  • B.1.1.7 – Descoberta no Reino Unido, pelo Consórcio COVID-19 Genomics UK
  • P.1 – Detectada em Tóquio, por causa de dois visitantes que chegaram ao Japão vindos da Amazónia, confirmado mais tarde pelo Brazil-UK CADDE Centre.
  • B1.207 – Detectada por cientistas nigerianos, do African Centre of Excellence for Genomics of Infectious Diseases
  • Cluster 5 – Identificada na Dinamarca em criações de martas (vison)
  • B1429 – Detectada pela primeira vez nos Estados Unidos, pelo Cedars-Sinai Medical Center, em Julho de 2020, e mais tarde, novamente em Outubro.
  •  

Por apurar:

  • Alemanha – Em meados de Janeiro, detectou-se outra variante neste país, entre 35 pessoas, num hospital, que testaram positivo a Covid – 19, entre 73 pessoas. está em estudo a sequência genética do virus, não se conhecendo ainda a relevância clínica
  • México – Foi reportada no fim de Janeiro, a mutação E484K, em pacientes Covid- 19 no México, pelo que se aguardam conclusões do estudo, para se entender se será uma nova variante, ou não. Apresenta características próprias e é diferente da variante detectada no Brasil. De acordo com o artigo do Expresso de dia 1 de Fevereiro, o microbiólogo Ravi Gupta, pode ser a mais preocupante de todas

2 – Que variantes mais preocupam os especialistas (Variants of Concern)

  • B.1.1.7
  • 501Y.V2
  • P.1
  • P.2

3 – Porquê?

Estas variantes tendem a provocar um contágio muito mais acelerado, que as outras variantes. No caso da variante B117, os especialistas apontam para um maior risco de morte, ainda assim, serão necessários mais estudos para melhores conclusões. Aparentemente esta variante é 70% mais contagiosa, que a versão detectada em Whuan. No entanto, mesmo o rápido contágio, por si mesmo,  potencia mais hospitalizações, que também pode originar mais mortes,  e pode comprometer ainda mais a resposta dos sistemas públicos de saúde

4 – As vacinas aprovadas, são eficazes para as novas variantes?

As farmacêuticas estão, de facto,  a tomar todas as diligências para que os seus produtos, em alguns casos, já aprovados como a Pfizer e a Astrazeneca se tornem, eficazes na neutralização do vírus, pelos anticorpos. Provavelmente, teremos vacinas que já estão prontas para distribuição,  a ajustar-se continuadamente para atingirem mais eficácia contra as variantes. A União Europeia, por este motivo, está já em conversações com as grandes farmaceuticas produtoras das vacinas, para serem desenvolvidos novos produtos que combatam as variantes. 

O New York Times indicou, num artigo recente, que o rácio de eficácia da vacina da Johnsons ( que aguarda aprovação) , de uma toma única, talvez não seja tão eficaz para a variante 501Y.V2 (África do Sul)  como para os outros casos de Covid – 19, porque revelou ser apenas 57% eficaz. No entanto, a vacina da Johnson’s apesar de ter tido resultados atrás da Pfizer e da Moderna, continua a ser uma vacina eficaz e parte da solução de imunidade à Covid- 19.

Estudos sugerem, que esta variante pode desafiar a eficácia das vacinas Covid – 19 feitas pela Pfizer-BioNTech, Moderna e Novavax. Diz ainda o The Lancet  sobre a alteração na glicoproteína – que define as mutações e origina as variantes – “pode afectar a capacidade de neutralização do anticorpo”

Há, portanto,  alguns resultados e acções promissores, mas não parece ainda haver certezas absolutas.

5 – As variantes que mais preocupam, circulam globalmente?

Sim. A variante B.1.1.7, já foi reportada por 50 países. Prevê-se, que , em Portugal, por exemplo, esta variante possam causar, em três semanas, 65% dos novos casos de Covid – 19. ( Em Portugal circula também a variante 501YV2 / África do Sul)

A variante P.1 que também está na lista das variantes que preocupam os especialistas, já foi reportada para além do Brasil, no Japão (onde foi detectada pela primeira vez) ,na Coreia do Sul, EUA, Itália, Ilhas Faroé. A variante P.2 descoberta no Brasil, foi já detectada na província Holandesa de Brabant.

A variante 501Y.V2 (África do Sul)  circula em 24 países não africanos. Para além da África do Sul, foi já reportado pela Zâmbia, Gâmbia, Moçambique, Quénia, Zimbabué, Comoros, Botswana.Ver mapa no Business Insider South Africa

A Namíbia, país vizinho de Angola, que apresentou um pico de casos no fim de 2020, e início de 2021, começou já a testar Covid- 19, para esta variante, que tem merecido a máxima atenção dos especialistas.

6 – Os países africanos, devem preocupar-se?

A realidade: 47 países africanos, de 54, estão a ser afectados pela  Covid – 19, neste momento.

 

6.1 – Preocupação com as variantes de SARS – CoV 2 em África

De acordo com a conferência de imprensa com a Directora regional da OMS,  em África, Matshidiso Moeti, com a participação entre outros, do Dr. Tulio de Oliveira, existe  uma preocupação relativamente ao aumento do número de casos em África e o número de mortes. Preocupa também, se as novas variantes estão a circular noutros países africanos, para além dos que reportaram, mas que não foram ainda detectadas

“A variante que foi detectada, pela primeira vez, na África do Sul espalhou-se rapidamente, para além da África, e o que me mantém acordada à noite agora, é que provavelmente circula em vários países africanos” , diz a Dra Moeti. E apesar da sua apreensão ainda reforça o seguinte:

A África, está numa encruzilhada. Devemos agarrarmo-nos às nossas armas e redobrar as estratégias que sabemos que funcionam tão bem. Isso é usar máscara, lavar as mãos e distanciar-se socialmente com segurança. Incontáveis vidas dependem disso. 

 

 6.2  – Preocupação com a chegada de vacinas

O que preocupa também os países africanos, é saber quando chegam as doses das vacinas. A África do Sul, foi o primeiro país africano a  reportar no dia 1 de Fevereiro a chegada da vacina. 1 000 000 de doses recebeu este país, da Astrazeneca da India. Outros países como o Uganda e Ruanda já encomendaram à Pfizer, Moderna e Astrazeneca. Alguma esperança reside na aliança global farmacêuticas / Estados – Covax Facilities, que tem como propósito, a distribuição equitativa e justa das vacinas, para não deixar de fora as economias mais frágeis, como as de alguns países africanos. Vale lembrar que nos anos 80, quando o HIV se espalhou globalmente, só seis anos depois de iniciar a distribuição do antirectroviral,  é que este foi distribuído em África. 12 000 000 de africanos morreram em 10 anos, ao mesmo tempo que as mortes por Sida, diminuiam drasticamente, fora de África.  

Diz o DW Internacional de 3 de Fevereiro, que África está no fim da fila da compra das vacinas, já que mais de metade das vacinas promissoras contra a Covid – 19 já foram compradas pelos países ricos (14% da população mundial).

Quem vai lucrar com África será a China, que reforçará aos olhos de todos a sua influência no continente. Os países africanos estão atentos à corrida das vacinas das economias ocidentais, aos acordos bilaterais directos com as farmacêuticas e os estados mais ricos, e vão certamente, lembrar-se mais tarde, em momento pós pandemia, de quem são, afinal, os seus parceiros. 

A ex ministra da saúde do Ruanda, Agnes Binagwaho, dá voz  ao problema da falta de equidade na distribuição das vacinas, em entrevista ao DW: “Sejam honestos e digam: o meu país primeiro! Não nos mintam e digam que somos todos iguais” 

Para além disso, os países africanos mais pobres, também entenderm que as vacinas de primeira linha como a Pfizer, não são as mais apropriadas para o continente, porque oferecem altos desafios de aprovisonamento de frio (congelamento a -70º), que as vacinas da China, ou da Rússia não oferecem, podendo simplesmente serem armazenadas em frigorífico.

 A Economist Intelligence Unit, no seu artigo de 25 de Janeiro, descreve detalhadamente os obstáculos de África na obtenção das vacinas num momento em que o continente sofre uma segunda vaga de Covid – 19, com novas variantes. É possível que apenas se tenha a maioria dos países africanos vacinados, em Abril de 2022. A infografia do  África Report, mostra-nos que, a perspectiva é que, até Março de 2021, 25% da população africana seja vacinada. Estaremos, portanto,  atentos ao progresso da vacinação em África.

Conclusão

O momento é de alguma incerteza em relação ao fim da pandemia. Apesar das vacinas constituirem uma importante solução para a imunidade global, as economias mais frágeis, sobretudo em África, têm muitos obstáculos pela frente, devido à monopolização na obtenção das vacinas,  pelos países ocidentais

E apesar da fadiga que todos sentimos, há quase um ano, é importante manter as medidas de prevenção e controlo, informando objectivamente as populações, com base na ciência e ignorar a desinformação. O uso de uma máscara filtrante  é crucial neste momento, entre todas as outras medidas importantes. O cumprimento  das medidas de controlo da transmissão, previnem as infecções, os casos mais severos e os letais. São também, inquestionavelmente, um acto de solidariedade entre homens e mulheres, de entendimento da dimensão do problema, perante também,  os profissionais de saúde, dos sistemas públicos de saúde, sobretudo dos mais frágeis.

 A Huiladesign, como única fabricante em Angola, de máscaras cirúrgicas (médicas) agarrou desde a primeira hora, o desafio, fornecer gratuitamente e para todos,  conteúdos fidedignos sobre a pandemia, nos seus artigos de blog. Se pretende mais protecção contra a Covid – 19,  para a sua família, para a sua empresa, ou para a sua unidade de saúde ou farmácia, contacte-nos. Até dia 22 de Fevereiro decorre a nossa Campanha Nacional de Máscaras